domingo, 1 de junho de 2008

Por aqui, a violência está demais

Acusado de homicídio em briga de trânsito se entrega

São Paulo - O comerciante Ismael Vieira da Silva, suspeito de atirar e matar o estudante Alexandre Andrade Reyes, após uma discussão no trânsito, se apresentou à polícia, por volta das 7h deste domingo, na 2ª Seccional, na região sul da cidade de São Paulo.

Segundo o delegado Irani Guedes de Barros, Silva se apresentou com seu advogado e alega legítima defesa, mas foi preso temporariamente por pedido da polícia.

A reconstituição do crime, que seria realizada às 10h deste domingo, ainda não foi confirmada. Ainda de acordo com o delegado, a confirmação não aconteceu devido ao mau tempo.

O crime aconteceu na noite da última sexta-feira na avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, no Jabaquara.

Silva tinha se apresentado à polícia na última terça-feira e foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar), mas foi liberado. Segundo a polícia, ele confessou ter atirado para trás, alegando estar sendo ameaçado pelo grupo onde estava Reys.

Com informações do Terra - Jornal O Dia - 01/06/2008

Pois é, por aqui a violência está demais. Assistimos há algum tempo e continuamos de braços cruzados. Uma vez, no blog antigo, comentei o fato de um acidente de trânsito em que morreram cinco ou seis jovens, não me lembro mais, na Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) e fui acusada de hipócrita. É claro que a pessoa que falou isso não sabia nada da minha vida e me acusou injustamente. Passou! E o tempo também passou.

O que não passou, pelo contrário, aumenta cada dia mais é a onda de violência que nos assola. Ok, é bíblico! Mas por isso não faremos nada? Ficaremos de braços cruzados assistindo a tudo de cima do muro?

Não sei o que, mas que alguma providência precisa ser tomada, precisa.

Esse caso que a matéria cita, ocorrido em São Paulo. Talvez nunca saibamos o real motivo do assassinato, mas não é concebível que uma simples "encostada" na traseira de um carro justifique um assassinato. Que país é esse?

E tem pessoas que ainda vem com a história de que no Brasil não tem guerra. E o que é toda essa violência urbana que vivemos? Talvez escreverei uma grande bobagem agora, mas se houvesse estado de guerra declarado talvez as pessoas se protegessem mais.

Eu sou a maior cagona da face da terra. Qq barulho eu já acho que é tiro, que temos que correr, se jogar no chão, se desintegrar. Mas é claro que sei que qdo o sangue ferve, não sabemos nossa reação. Embora eu tenha certeza que não mataria alguém por uma discussão no trânsito. Xingaria uns palavrões, talvez partisse pra cima da pessoa, mas daí a matar. Improbabilíssimo (????).

Outro dia tinha uma psicóloga discutindo o assunto violência em um programa de TV (cujo nome não me lembrarei nem a tapa - sem incitar a violência, é claro) e ela dizia que uma pessoa que mata a outra numa discussão de trânsito é uma pessoa com tendência. Acho que concordo com ela. Talvez eu matasse alguém que fizesse um grande mal pra minha mãe, mas numa discussão de trânsito jamais.

Acho que vale a pena a gente parar com a banalização da violência, poupar as crianças dos desenhos e jogos de vídeo-game violentos, e lembrar do grande Gentileza: Gentileza gera Gentileza. Logo, o contrário acaba sendo real tb: violência gera violência.

Pode ser utopia levantar a bandeira branca, mas acho que começa por nós.

Talvez se você estiver lendo esse post, pode estar pensando: quem a mocinha (e eu agradeço pela mocinha) que está escrevendo pensa que é? nunca teve um ataque ou uma crise que justificasse um ato violento?.

Respondo: sim, já tive ataques homéricos e já parti pra cima de dois caras que tentaram se meter com minha mãe (em situações diferentes). Talvez em uma delas, se minha própria mãe não tivesse interferido, a situação ficasse mais crítica, mas não mataria.

Tenho 32 anos e já aprendi algumas coisas com a vida, dentre a elas, a de que mais vale um covarde vivo do que um corajoso morto. Não acho que devemos engolir todos os sapos que a vida nos oferece, mas acho que devemos pesar e ver o que vale a pena. Sente-se injustiçado, corra atrás dos seus direitos. Sente-se aborrecido pq levou um fora, pq discutiu com o chefe, pq não trabalha no que gosta, pq está desempregado, pq bebeu além da conta, pq está de ressaca e alguém pisa no seu pé ou lhe dá um esbarrão no meio da rua, conte até 10 ou até 20 ou até 100, mas acalme-se e não deixe a ira tomar conta de você. Não deve ser nada legal fazer parte de estatística.

Palavras Repetidas (Gabriel, o Pensador)

A Terra tá soterrada de violência
De guerra, de sofrimento, de desespero
A gente tá vendo tudo, tá vendo a gente
Tá vendo, no nosso espelho, na nossa frente
Tá vendo, na nossa frente, aberração
Tá vendo, tá sendo visto, querendo ou não
Tá vendo, no fim do túnel, escuridão
Tá vendo no fim do túnel escuridão
Tá vendo a nossa morte anunciada
Tá vendo a nossa vida valendo nada
Tô vendo, chovendo sangue no meu jardim
Tá lindo o sol caindo, que nem granada
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá vindo um carro-bomba na contramão
Tá rindo o suicida na direção

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar a verdade não há"

A bomba tá explodindo na nossa mão
O medo tá estampado na nossa cara
O erro tá confirmado, tá tudo errado
O jogo dos sete erros, que nunca pára
7, 8, 9, 10... cem
Erros meus, erros seus e de Deus também
estupidez, um erro simplório
A bola da vez, enterro, velório
Perda total, por todos os lados
Do banco do ônibus ao carro importado
Teu filho morreu? meu filho também
Morreu assaltando, morreu assaltado
Tristeza, saudade, por todos os lados
Tortura covarde, humilha e destrói
Eu vejo um Bin Laden em cada favela
Herói da miséria, vilão exemplar
Tortura covarde, por todos os lados
Tristeza, saudade, humilha e destrói
As balas invadem a minha janela
Eu tava dormindo, tentando sonhar

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar a verdade não há"

Sou um grão de areia no olho do furacão
Em meio a milhões de grãos
Cada um na sua busca, cada bússola num coração
Cada um lê de uma forma o mesmo ponto de interrogação
Nem sempre se pode ter fé
Quando o chão desaparece embaixo do seu pé
Acreditando na chance de ser feliz
Eterna cicatriz
Eterno aprendiz das escolhas que fiz
Sem amor, eu nada seria
Ainda que eu falasse a língua de todas as etnias
De todas as falanges, e facções
Ainda que eu gritasse o grito de todas as Legiões
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras que eu mais quero repetir na vida?
Felicidade, Paz, é...
Felicidade, Paz, Sorte
Nem sempre se pode ter Fé, mas nem sempre
A fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte.

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